quarta-feira, 18 de julho de 2012

Dor

Quinze pras seis, ela deve estar chegando. Eu tinha acabado de fazer a barba, cabelos penteados, a roupa bem passada. Ajeitei os enfeites da sala da maneira que ela gosta, Porque diabos haviam mudado de lugar? Fui até a cozinha, ótimo a água está fervendo, imagine se eu deixo a água esfriar? Ajeitei a mesa, a xícara do café, duas colheres, uma faca com serra, uma sem, um copo d'água. Fui até a sala sentei-me no sofá e olhei ao relógio. Seis Horas e cinco minutos, a qualquer momento a porta abre, e ela entra sorrindo, me contando uma novidade.
A porta abre, e ele entra, aquele rapaz... eu o conheço, quem é aquele rapaz?
Minha cabeça doí, fico tonto, o que ele está fazendo aqui. Pai. Escuto alguém chamando. Respiro. Ela não vai chegar, ela não está mais aqui. Dor. Agora eu me lembro, este rapaz, o sorriso da mãe. Meu filho, porque ela nos deixou? Ando pela sala desarrumando tudo, nada, nenhum enfeite do jeito que ela deixava, e  rezo, para que, quem sabe amanhã eu me lembre porque eles vão ter mudado.

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