sexta-feira, 23 de setembro de 2011

já nem era algo com sentido
ou talvez
nunca tivesse sido

os dias não mais correspondiam
ao tempo
segunda com cara de sexta
e vice e versa.

tempo frio
e tranquilo
meio chuvoso
sinceramente, estava ótimo
sem vontade de comer
lembrava,
tentava achar algo que
nos fizesse recordar
de onde
ou como
invertemos os caminhos
nos sentimos
sozinhos

é sempre difícil o começo
o recomeço
obedeço
mais nunca vejo fim descente

as pessoas a nossa volta
nada sabiam
sobre qualquer coisa
que pudesse ser
crucial ao destino
ao final

entorpecido de lembranças
refletindo,
lembro que
a melhor maneira
de enfrentar a si próprio
é não encontrar-se.

não quero

cansei
ela está de volta

aquela

dos olhos azuis
e cabelos louros,

e minha depressão
e minha discussão.

Somos angustiados pela vida
não é demagogia

apenas projetos do que seremos
livres de tudo
livres para tudo
menos da culpa

e ela sabia disso
sempre soube

e eu naquele
sonho
lúcido
sem cigarro
mas com ela,
não quis acreditar
chorei ao beija-la
pela primeira vez.

cansei
de tudo
e ela ainda aqui
minha tristeza
minha vida
não me deixa dormir
ou acordar
enrolados nos lençóis
destinados
a
sonhar
um
com
o outro.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Relaxe, e
dançe com a vida
Não se preocupe tanto
afinal ela vai ganhar de você
mais cedo
ou mais tarde,
só vai depender de quem
jogou melhor.

A vida é cruel,
a maior parte de sua vida
vai ser sofrer,
então por favor
não o faça por nada,
ou por pouco,
aproveite situações,
ria,
afinal a vida está aí
e você pode senti-la,
sempre que acorda cedo
sente a brisa gélida da manhã,
ou quando está
com alguém
ou com muitas pessoas
que te fazem bem
apenas com o olhar,
ou quando apenas ouve o
silêncio e sabe que está só.

Viva o máximo que puder
em cada momento,
a triteza jamais será maior
que um verdadeiro
sorriso,
seja feliz,
esqueça o
que te chateia
e agora, exatamente agora vá fazer
o que te faz feliz,

se for como eu e realmente não
ter a certeza do que lhe faz bem
lembre-se, que se você não
sabe, outras pessoas saberão menos
ainda.

sincero, mais triste por escrever algo
tão chato,

Obrigado.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Mais dia
Menos dia
Talvez em uma tarde

Feche os olhos
esqueça quem é
e descubra
o quanto foi.
Sabe uma ambição de ser diferente
mostrar quando anda nas rua que é
anti-moda, que lê os maiores autores, ouve
apenas jazz e música clássica,
de vez em quando um sambinha
conversar sobre o mistérios do universo
se embriagar e dizer que é boêmio
ser ignorantemente culto, bom
pra mim isso é tão belo e puro
quando merda de cachorro.
e então depois
de algum
tempo resolvi
quis
voltar a ser
quem eu era
lutei
pensei
virei
mas não voltei

difícil decisão de mudar
faz com que tudo fique
de maneira completamente

igual

e aí
apenas por dentro
sinto

uma saudades daquilo
que fui.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Nico-rotina

Frio,
estremeço e me
doem os dedos.
Tosse, brisa
procuro o
bolso do jeans.

Encontro o
isqueiro e
risco, faísca,
acendo cigarro.
Levo a boca
a tragada, longa

de-mo-ra-da

Sinto a garganta
comemorar
e o pulmão
pulsar.

Solto a fumaça
no vento, no frio
ao relento

Fico atento.

A fumaça vai,
o alívio me trai.

Tragada.

Café ina

Acordo,
sigo
até o
banheiro

Lavo,
acordo
escovo.

Já de pé,
Cozinha
café, Café
Café.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pra Você

Uma manhã, dessas nubladas me encontrei com o tempo. Finalmente. Senti seu perfume, vi a cor de seus olhos. Dizem que ele aparece de uma forma para cada um, para mim o que importa é que no final ele é igual para todos nós. Rápido. Completamente desfeito, fiquei, não consegui nem dormir aquela noite, apenas porque eu havia o visto, este Senhor, que se manifesta como todos nós por estas terras, e em outras também. Tudo acontece, ele vinha, e eu também, ele esteve sempre ao meu lado, eu sei, por horas eu o deixava ir um pouco a frente, outras o procurava onde ele não me passava, algumas eu nem o acompanhei, mas ele sim, religiosamente me acompanhava. E cada vez que alguém o encontra é porque está, vivendo, se o enxerga, crescendo, o sente, amadurece, o perde, envelhece. Porque és tão cruel, nem tivemos tempo de fazer metade das coisas que.. Uma manhã dessas, nubladas eu conversava com o tempo, ele calmamente me fitava, ele me mostrou o que eu fui, e comparou com o que eu sou, me fez chorar mais de uma vez. Triste. Percebi o quanto perdido em mim mesmo eu estava e o quanto existia de inutilidade em minha memória, mais no fundo sempre via um, o mesmo sorriso. Esfregava na minha cara minha ingenuidade indo embora e minha amadurecida infantilidade se apossando dos meus dedos, declarando minha falta de humanidade, Como? Quando não se consegue sentir nada, sim, você perde a humanidade, neste dia que voltei a chorar, neste dia agradeci ao tempo.
Uma manhã dessas, bateram a porta, Tempo há quanto.. Pobres mortais, pobre de mim, pobre mundo, necessitar viver em função deste.. Ainda não, eu sei que posso mais.. Minha cabeça embaralhada, meus pulsos cortados com lâminas sem fio.. Como tudo previa ser, como tudo não foi.. Talvez me esquecendo aos poucos.. Devagar.. Lenta.. e Dolorosamente.... eu possa enfim.. me reencontrar...
Reconstruir.. Renascer.. Ser.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Talvez

Não sei onde estou. Já sei sentir alegria, é bom. Maldita ingenuidade dela me atrai, o batom vermelho também. O café pra me acordar, chá, dormir. Mas o alcool me fez sonhar. Talvez nem eu entenda, só sei, que eu podia me casar.

sábado, 5 de março de 2011

"Se escrever já não alimenta mais suas angústias, tenha certeza de que o problema está no que você não sente. (...)"

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Delírio.

O fato é que estou fraco,
não mentalmente, mais em cada
olhar enfraqueço.
Perdi aquela grande habilidade de encarar,
olhar nos olhos. Arde. Não é mais pra mim.
Certo por errar, que os lírios
não irão nascer neste verão.
Assim como eu não vou ver
ninguém verdadeiramente.
Parace como um desfiladeiro
de verdades que nunca consegui dizer,
Ficou tudo entulhado, dentro de uma caixa.
Não sei o que é bom,
mais sei que tudo é ruim.
Sinto falta e ainda não achei "doquê?"
Atonito em delírios de um eu
diferente, vazio de culpa,
esgotado de ressentimentos.

Ela

Ela disse até mais
eu dormi.
Especial? O que é isso?
Tragicamente ou doentiamente
acordei, me vesti
me olhei no espelho,
mais uma vez acabou
nem cheguei nas promessas
e ela nem necessita mais minha presença.
Ou?
Na sacada a toquei pela última vez
Ela disse até mais,
chorou, mais nada sério
lágrimas de compreensão
Já fazia três semanas que eu não
fumava. Desgraçada.
Ela me fez um apelo de adeus
queria um beijo, porque não?
Ela disse um a menos um mais,
pra ti não faz diferença, não é?
Aquele perfume, eu sabia que devia
aproveita-lo, logo iria sumir.
Ela disse agora é um adeus ou um até logo?
e nisso sorriu sem provocação
mais o poder de encantar,
odeio quando fazem isso.
Pegou o café e nisso abaixando-se e
balançando a camisola, o que fazia
o perfume espalhar-se
com o vento do amanhecer trazendo tudo direto
a mim.
Eu quis pedir para que ficasse,
mais eu sabia que eu não era capaz.
Ela disse você é um tanto engraçado sabia?
eu na verdade sabia mais esperei. Por que?
Pensei em prometer melhorar
ou algo assim, mais nem eu acreditaria.
Ela se trocou. Linda.
Ela entrou no carro, seus olhos ainda
nos meus, os louros cabelos se espalhando
e sua boca demonstrando o que seria
um beijo.
Ela tentou dizer,
estou certa mas queria estar errada.
Eu quis que ela soubesse,
estou errado mas queria estar certo.