sexta-feira, 30 de julho de 2010

o vazio é puro, demorado, macio.
a sensação de solidão atrai,
apenas os loucos,
pois esta sabe,
somos,
a base
do nada.
the spring is coming and you want be mine
i wait you in winter with a bottle of wine.

*perdoem a primeira idiotice em "outra língua" a brotar na minha cabeça.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Fora a única luz que tinhamos, tremeluzia. Reacendia.
Ontem, eu cedia meu corpo que imitava o avermelhado. Amarelado.
Gentis labaredas lambiam meu frio em sincronia. Aquecia.
Obcecado com o fogo eu estive, enquanto o tempo dormia deslumbrado. Exasperado.


*dedicado a um ou dois amigos.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Me deixo.
Saio de perto.
Incerto.

Vejo, passo,
crio.
Frio.

Me deixo.
Inovo, mudo,
tento.
Lento,
lamento.

Volto. Fico.
Paraliso, não vivo.
Envelheço. Obedeço.
não creio,
nem desenvolvo.
Me deixo.
Sobejo, privo,
minto,
falho, iludo.

Acordo, durmo
trabalho, ralho.
Sinto,
choro,
aperto, sumo.
Sonho.
Me deixo,

morrer.

Santos Existem?

Terça feira, por motivos extremamente banais eu me dirigia ao bar. Voltava do trabalho. Estava cansado e tinha de tomar algumas para relaxar. Encontrei mais um perdido, e juntos tomamos umas três garrafas. Então o dono do bar gritou ''telefone pra vocês"(que merda! me ligam até no bar). Tinhamos de ir ao ensaio da banda de uns caras(desculpa pra beber), andamos como loucos, fizemos o percurso na metade do tempo que deveria ser feito. Ofegante. Transpirante. Chegamos e descobrimos que tudo havia sido cancelado. Fiquei puto. Voltamos ao bar, e fizemos o percurso no dobro do tempo em que deveria ser feito. Sentamos. Relaxamos. Mais algumas garrafas, risadas. Algumas meninas se engraçaram, até sentaram-se conosco por meia hora ou mais. Olhei as horas, me despedi.
Voltava, perâmbulando feito um louco solitário, passando pela praça Militar Rio Branco, ouvi alguns latidos, dei meia volta e me deparei com 3 cães, latiam enfurecidos, continuei andando de costas. Coração disparado. Eu queria olhar nos olhos dos desgraçados. Mais latidos, juntaram-se aos perturbadores mais dois. Eram cinco cachorros ensandecidos. Eu achei uma pedra. Devia ter quase um quilo, juntei-a. Ergui acima da cabeça, bati firme com o pé direito no chão e gritei "SAI, SAI, PORRA." Eles recuaram um ou dois metros mais iam voltar, um deles disparou contra mim, por aquele pouco desviei. Ia ter de acerta-los. Eu tinha o maior(na minha opinião o líder) na mira, ia atingi-lo, me preparei, fui jogar a pedra. - Os latidos pararam, a pequena matilha ficou em formação. - "Ei, você" eu ouvi isto vindo de um canto da praça, procurei por uns dois minutos até ter certeza de onde vinha a voz. Um homem, creio eu com 1,90 de altura, com óculos redondos, rosto gordo, não pude ver seu cabelo, pois estava coberto por uma touca. "O maluco vai me ajudar" pensei. Aliviei. Ele venho até a minha frente. Talvez tivesse 2 metros de altura. Devia ter uns 30 anos. Voltou-se para os cachorros, eles pulavam, brincavam, dançavam ao redor dele. "Não bebi tantas garrafas assim" pensei eu quando outros 4 cachorros apareceram do meio da praça.
Eu ainda segurava a pedra comigo, este cara olhou para mim, pestanejou, gritou "VAI TER DE ACERTAR A MIM PRIMEIRO", uma voz rouca e chata. Quase gargalhei, agora era eu e minha pedra contra nove cachorros e um maluco que pensa ser o druida das cidades. Cogitei a hipótese de ser um lobisomem, iria ser engraçado. O cara andava em minha direção, os nove todos no seu encalço. Agora eu não achava mais engraçado. "Era apenas defesa meu, porra pensei que iam me morder"eu disse, enquanto ele repetia, "Vai ter que me acertar primeiro!". "Desculpa cara, porra, achei que iam me morder" eu disse enrolando a língua, afinal eu até tinha tomado algumas garrafas a mais. Ele passou por mim, como se perseguisse alguém, os nove cachorros o seguindo, enquanto passava virou o rosto e repetiu mais uma vez "Vai ter de me acertar primeiro!".
Acelerei o passo e peguei o rumo pra casa. Quando virei pra quadra da minha casa, ouvi alguns latidos. Meu corpo trabalhava rápido. Três cães latiam pra mim na frente da minha casa. "Vai se fuder, que merda que tá rolando" - exclamei. Fui chegando perto, mais fui com calma, pensando em acaricia-los. O menor deles(Era feio, creio que tinha sarna) deixou, passei a mão na sua cabeça, calaram-se. Abri o portão de casa, ouvi um berro, olhei pra esquina, um homem, devia ter quase dois metros de altura, apenas conseguia enxergar o seu gordo rosto e as lentes de seus óculos redondos. Fiquei ali parado observando aquele ser por alguns segundos, então os cães da frente da minha casa partiram na direção do santo dos cachorros. Acho que passei no teste. Pensava eu enquanto achava tudo engraçado mais uma vez.



*isto realmente aconteceu, quase sem exagero.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Quando sinto o gosto das tuas lágrimas.
Lembro do quão horrível é o gosto da água do mar.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Eu gostaria de não lembrar teu nome.

Uma noite,
algumas cervejas.
Ela dançando,
se embebedando.
Eu sonhava,
lhe admirava.

E foi apenas a segunda vez a vi.

Uma manhã,
acordando ainda bebado,
arrependido.
Com teu corpo, liso,
quente, encostado

ao meu.

domingo, 18 de julho de 2010

Um fim, um meio, um início.

Posso sentir tudo isso a minha volta
Não vês?
É tão lindo
Púrpura, branco, brando verde
Campos verdes

Sinto teu beijo ainda molhado
Matando minha sede
Na tua,
Saliva
Eu queria mais uma vez
Tu vens?

Perdido, não obstante
Um instante
Foi decisivo
Lascivo
Mas acabou?

Posso pressentir tudo isso fazendo a volta
Não crês?
É tão triste
Escuro, cinza, ranzinza, nada
Vales de nada

Sinto teus lábios despedaçados indo
Deixando os meus
Salgados,
Saudades.
Talvez nunca mais o tenha
Tu tens?

Endoidecido, sempre confiante,
Tirei da estante
Um retrato
Um relato
Mas começou?



*Lábios despedaçados e salgados: tava curtindo o som de um cara de baixa estatura, estranhos cabelos, e uma pinta na cara.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Compadre alcool

Sempre adorei encher a cara por qualquer motivo,
fiquei preocupado,
quando não ter motivo,
virou motivo para encher a cara.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Nunca vi mais eloquente
O dom, sua discrepância
O bom, Sua ganância
Nesta, Mayke pra presidente.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Flores Raras.

Quando você se depara com tudo, e tem vontade de gritar, saber que tudo está errado, que o mundo virou tédio.
Vê-se perdido em ilusões sem ter o poder de concretiza-las, se perde em um mundo negro, escuro, onde as pessoas vem e vão, trabalho, estudo, compromissos, deveres, monotonia, e o amor? os meus saraus?

nada.

e de repente, mas não mais do que de repente, um ponto branco na escuridão aparece, uma fagulha de luz, e quando a fagulha aumenta percebe-se que era uma flor.
Não, não qualquer flor, embora uma vida inteira de flores, esta era flor diferente,
não que fosse mais bonita ou colorida ou seu odor mais agradável, mais era especial, era uma Flor Rara.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

qualquer soneto sem graça.

Eu quero subir sem medo,
eu quero me casar com uma estrela,
eu quero esquecer o teu segredo,
eu quero somente tê-la.

Eu vou escalar teu penhasco,
eu vou jurar meu perjúrio,
eu vou ser teu único carrasco,
eu vou te amar em mercúrio.

Você atrás da minha incerteza,
me conduzindo ao execrável,
não mereces tamanha beleza.

Você e seus lábios carmesim,
você e teus sílios de festim,
suspiro ao ouvir teu amargo si...

Fenômeno Existencialista.

Me crio nas nuvens,
sonhos, por vezes nem chego a tocar o chão, e nem é dificil.(basta querer)
Sou um encontro dos dedos frios com as mãos quentes,
calor e frio, úmido e seco,
as mãos quentes sobem, os dedos frios descem.
Úmido e seco.
As mãos atingem o nível dos meus olhos,
enquanto estranhamente abaixo, os dedos na boca.(serão meus, seus,dedos,mãos,bocas?)
Mão, Quente, Úmida.
Dedos, Frios, Secos.
A pressão é demais, vou sucumbir,
me precipito,
e chovo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

"os gênios dormem 4 horas, os esforçados dormem 6 e os estúpidos dormem 8 horas"

obs: acordei cedo com essa frase na cabeça.
?
Imagine se todo olhar fosse contundente como o seu,
ou se todo o olhar fosse estarrecido como o meu, no seu.


terça-feira, 6 de julho de 2010

rima, rimante, vazio dentro de um errante.

Quanta alegria não?
na verdade eu gostaria de estar sentado com um grupo
de vagabundos,
um violão,
um vinho,
um abrigo,
um perigo.
Mas perturbadoramente cá estou eu,
sentado, parado, cansado
e mesmo assim extasiado.

Queria sentir uma certa garota uma outra vez

Sou triste, desejo um amor, mais não me deixo apaixonar,
decerto isso é devido a essa merda que é a vida social hoje em dia
mas já foi pior, minha pena hoje é dos outros não minha.

Quanta tristeza não?
Eu minto, minhas verdades toda tarde entediante
eu relutante,
eu estudante,
eu redundante,
esta embriagante
matinê, sem você..
enquanto eu estranha e conturbadamente me encontro aqui
já não mais parado, mais sempre cansado
nem enxergo mais meus punhos
eles lembram tudo, pois suas mãos sempre eram proximas a eles
não aguento mais.

vou trabalhar.

não, não agora
não.
sei o que acontece, me perco comigo mesmo
quando encontro muitas palavras e pouco tempo
isto eu queria, tempo
tempo, tempo.
tendo eu todo o tempo, tudo teria tato, tambem eu traria todo transito de ternuras e tragos, tradicionais tragos, tempo.

somebody to love.

e isso que o mundo necessita,
é justo o que não facilita.

hei, venha cá, acorde e dê para mim um lindo sorriso.