segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Delírio.

O fato é que estou fraco,
não mentalmente, mais em cada
olhar enfraqueço.
Perdi aquela grande habilidade de encarar,
olhar nos olhos. Arde. Não é mais pra mim.
Certo por errar, que os lírios
não irão nascer neste verão.
Assim como eu não vou ver
ninguém verdadeiramente.
Parace como um desfiladeiro
de verdades que nunca consegui dizer,
Ficou tudo entulhado, dentro de uma caixa.
Não sei o que é bom,
mais sei que tudo é ruim.
Sinto falta e ainda não achei "doquê?"
Atonito em delírios de um eu
diferente, vazio de culpa,
esgotado de ressentimentos.

Ela

Ela disse até mais
eu dormi.
Especial? O que é isso?
Tragicamente ou doentiamente
acordei, me vesti
me olhei no espelho,
mais uma vez acabou
nem cheguei nas promessas
e ela nem necessita mais minha presença.
Ou?
Na sacada a toquei pela última vez
Ela disse até mais,
chorou, mais nada sério
lágrimas de compreensão
Já fazia três semanas que eu não
fumava. Desgraçada.
Ela me fez um apelo de adeus
queria um beijo, porque não?
Ela disse um a menos um mais,
pra ti não faz diferença, não é?
Aquele perfume, eu sabia que devia
aproveita-lo, logo iria sumir.
Ela disse agora é um adeus ou um até logo?
e nisso sorriu sem provocação
mais o poder de encantar,
odeio quando fazem isso.
Pegou o café e nisso abaixando-se e
balançando a camisola, o que fazia
o perfume espalhar-se
com o vento do amanhecer trazendo tudo direto
a mim.
Eu quis pedir para que ficasse,
mais eu sabia que eu não era capaz.
Ela disse você é um tanto engraçado sabia?
eu na verdade sabia mais esperei. Por que?
Pensei em prometer melhorar
ou algo assim, mais nem eu acreditaria.
Ela se trocou. Linda.
Ela entrou no carro, seus olhos ainda
nos meus, os louros cabelos se espalhando
e sua boca demonstrando o que seria
um beijo.
Ela tentou dizer,
estou certa mas queria estar errada.
Eu quis que ela soubesse,
estou errado mas queria estar certo.