Na inocência consciente,
parei o que fazia essa manhã.
Me perguntei
se ela
estaria fazendo
o mesmo.
Peguei um caderno
uma caneta bic velha
deixei o moderno
de lado,
e
escrevi uma carta.
Nela eu disse
o que não tive coragem
Tête-à-tête
verdades
realidades
dores
medos
e uma
uma mentirinha.
Termino.
Mergulho nas lembranças
pesadas
pesadas
pausadas.
Dois corpos ao sofá
deixando esfriar o chá
sem ter de mostrar o quê são
apenas sendo a parte
que ninguém vê
partilhando o
cheiro cinza
da Tv.
Volto,
subo as escadas
tomo um banho
escolho uma camisa
espalho aquele perfume
pra ir até os correios.
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