Dessa vez, falamos da
vida, e na profundidade do que ela é. Em várias ocasiões me vi sentado em uma
cadeira de bar me perguntando, discutindo, praguejando-a. A vida apenas nos
fode. Somos bons com ela, mas esta não é uma garota sentimental ou um garoto que
acredita que sua namorada é puritana, nos deixa de lado nas suas prioridades, e
caga em cima das nossas cabeças, mas sempre nos dando golpes de hipocrisia que
nos faz sermos viciados nela.
Sempre me fodo tentando
explicar minha relação com a vida para alguém, é complicado, num segundo posso
amá-la e no outro odiá-la, é como ter um pai drogado ou algo do tipo. Preciso
contar sobre algumas coisas que se passaram, nada de extrema importância, mas
com conteúdo relevante, fatos que me fizeram escrever, fatos que me trouxeram
dos mortos, pois eu podia muito bem só estar feliz, vivendo sem pensar e sendo
ignorante com a realidade. Ilusão. Mas o mundo me joga de cara com a parede, e
só me resta ver o que é merda e o que não é.
Lembro de uma
terça-feira, vinha eu andando pelo calçadão, puxei o último cigarro do maço, e
deixei o caminho me levar até algum lugar qualquer, mas fui parar na padaria
atrás de mais nicotina. Vida. Voltando o caminho de casa, como todo ser
estupidamente humano, minha cabeça me disse, “calma, é uma fase, tudo melhora”.
Porra. Tenho isso como algo que me ajuda a seguir em frente, que daqui alguns
anos vai ser tudo melhor a vida, o dinheiro, as pessoas, e é claro eu.
Tenho sentido uma
mudança súbita em tudo a minha volta, não sei se os bons tempos estão chegando,
mas com certeza, sei que os piores ficaram para trás. Passamos por tanta merda,
que mal consigo me olhar no espelho pela manhã, sem lembrar o que foi feito, e
o que não foi. A vida é cansativa eu sei, mas sempre teremos uma coisa que fará
a mudança. Amor. E que se dane toda a merdice escrota do que é o amor, e sim
foder uma mulher é em certos casos amor, mas não é o que nos traz a paz, o que
nos traz a vontade de continuar, entretanto sempre existe um olhar, um esboço
de sorriso, um movimento com os dedos, ou um jeito de enrolar o cabelo que
mostrará que você é só um humano apaixonado pela vida.
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