quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O bar da esquina da rua 14.

O bar da esquina da rua
14 é nolstálgico até
para quem nunca o tinha
frenquentado.

Lembro da minha primeira vez
por lá. Nem sabia o que queria
quando entrei, eu levava uma
moça bonita.

Nenhum rosto
ali me era familiar
mas seus gestos,
suas vozes, seus modos de
tragar um cigarro,
pareciam os mesmos
de certas pessoas
que já não mais
me entendem.

Passei por lá na última
segunda feira, chovia,
mas não muito, porém estava
frio, e apesar do bar estar
cheio, nesta noite eu me
fazia companhia.
Na verdade tinha esperanças
em encontrar quem que fosse
que estivesse afim beber e conversar.
Mais afim de beber.
Ninguém.

Enchia meu copo sem tremer as mãos,
lembrava de um corpo lindo
na verdade quase sem defeitos
ela era realmente maravilhosa
na verdade perfeita.
Na verdade tinha um defeito,
entendia mais de política que eu
e ouvia tantas músicas quanto eu
e talvez fosse tão inteligente quanto eu
e lia talvez mais livros do que eu(como livros de física quântica)
e sabia de cor mais letras do que eu
e era talvez mais inteligente do que eu.
Eu juro que não sou machista.

Aquele bar da esquina da rua 14
me fez conhecer muitas pessoas interessantes.
Me lembrei de um rapaz,
nunca saía de lá, pelo menos
nunca o tinha visto fora de lá
e assim durou
por um ano, e derepente
sumiu, ninguém nunca soube o que
houvera.

Segunda feira ninguém sai de casa
para encher a cara, mas lá estava
eu firme, contemplando
a chuva, na verdade o bar é
aberto, apenas uma tenda que me abrigava
o frio só aumentava
conforme eu bebia.
Olhei para o painel que piscava
o nome do lugar, fiquei
hipnotizado por uns segundos
e ouvi a mais familiar das
vozes do bar dizer
"Tá triste hoje bixo?"
"Que nada, é cansaço." eu respondi.
Este é uma das pessoas mais queridas
que já conheci, era o "garçom" do bar,
na verdade ele apenas servia as coisas
e bebia junto com o pessoal,
Mas claro recebia como garçom.
Era feio, e gordo, mas todas
as mulheres viviam abraçadas nele
e ele sempre as tratava como princesas.
Cada uma, sem importância de cor,
altura, gordura, feiura, era
mesmo um cara que
sabia falar com mulheres.

Apontei a garrafa e logo
me traziam outra, eu logo
teria de ir.
O bar da esquina da rua 14
era pra todos os estilos,
isso me enchia ás vezes,
pois os frequentadores
natos, como eu,
tinham preferência por
música de boa qualidade.

Eu tinha mesmo de ir,
paguei a conta,
me despedi,
e sabia que era um até logo,
começei a caminhar
e a chuva aumentou.

Um comentário:

  1. Falando em bar, bebidas e pessoas
    Há também uma praça na rua 08
    Em que se encontravam bons amigos
    E talvez voltem para lá mais cedo que se pensa
    Que tal aparecer de vez em quando???

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