sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Consequencia inconsequente

Sentir que a cada dia envelhecemos
e não mudamos nada
é inssuportável.


Ter a vontade de acreditar
que tudo isso é uma fase
que um dia esqueceirei e
farei churrasco para família no domingo.
O tempo é tão cru e cruel quanto o mundo,
quanto a vida. talvez quanto a Deus.
Constantemente tento me lograr, me iludir.
Por instantes, tudo bem.
Mas qualquer momento estando só, me perco. Caio.
caio mas dentro de mim, dos meus orgãos, é frio, não acaba.
É horrível, forçar o choro e saber que ele está congelado.
Mudei muitas coisas em mim admito. Mas lá dentro, não.
E também, é algo que está tão bem escondido,
tão bem guardado, que não se pode tocar.
Foi minha escolha, congelar tudo.
A inocência, a verdade, o amor, a paixão, a paz.
Para então poder encarar a realidade.
Monstruosa, retalhadora, escura, doída.
Então todas as noites antes de dormir eu lembro
de um moleque, um rapaz. Saudade.
Me pergunto quem ele é,
e de onde veio, nunca ouvi a resposta.
Começei ontem a ver algumas fotos, e lá estava.
Encontrei o mesmo garoto, realmente, não sei quem é.
Embora ele tivesse alguns traços dos meus pais.
A racionalidade humana, é nosso carrasco.
Eu não posso, não devo acabar como os outros.
As pessoas me dizem, mas eu não consigo acreditar.
Ouço dizer que é tudo perfeito. O mundo, as pessoas.
As pessoas felizes.
desculpe, eu não posso acreditar.
Quando acordo imagino se algo novo vai acontecer.
Serei atropelado? Tomarei veneno, levarei um tiro? Nada.
Então segue tudo igual.
Tento algumas vezes criar motivos, nenhum deles ajuda.
Ultimamente tenho vivido mais pros'outros.
Talvez apenas pra eles.
Fico na dúvida, se sou louco, idiota, neurótico, depressivo ou
apenas estranho.
Creio que apenas uso muito meu cerebro pra inutilidades.
Tem gente nos rádios e televisores que dizem uma coisa,
dizem que tudo vai melhorar.
Estou ansioso por esta injeção de felicidade.
Decerto que é endorfina. Canalhas.

Ontem acordei Bêbe
Dormi criança
e hoje acordei jovem
para dormir
sem confiança.

Mas... Espero realmente que tudo passe
e que seja tudo idiotice, fase, algo passageiro,
coisa da juventude, loucura e tudo mais.
Pois aí voltarei a ter a paz, a paz que aquele
pirralho da foto tinha.

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