segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ele virou-se para mim, riu-se, e disse:
"- Você vai queimar no fogo do inferno meu amigo. E acredite, ele existe."
Demorei um minuto ou mais, e então falei calma e intuitivamente.
"- Quanto a me queimar eu acredito, já no fogo...O inferno é gelado meu amigo. Tão gelado, que queima. Frio. Assim como o teu coração, que aliás é mais quente que muitos outros."
Ele ficou meio assustado com a resposta, acho que ofendido.
"- Frio é? por que achas isto? e o Demônio, usa jaquetões?"
Sorrimos por momentos.
"- Mais ou menos isto. Não podia ser quente, me disseram que o amor é algo quente, o fogo da paixão e tudo mais, não combina."
Ele retrucou.
"- Por outro lado poderia ser uma junção Frio. Calor. Afogando-nos em choques térmicos."
Gargalhei.
"- Sendo assim, penso em reconsiderar esta de ainda ir pro inferno, e prestar atenção ao nosso redor, não acha não?"
Olhou-me. Procurava algum argumento. Achou.
"- Ah. E quanto ao Lúcif... "- tossiu a fumaça do cigarro, pigarreou. Cuspiu. Prosseguiu
"- E quanto ao Diabo, se o inferno é aqui, onde está ele? Quero vê-lo!"
Desta vez ele não teria o que responder.
"- Simples, podes encontra-lo a qualquer dia, momento. Assim como eu."
"- Como?"
"- Encares um espelho."

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